Não é a Toro nem o Fastback. Na gama da Fiat, o 500e é o carro mais sofisticado oferecido pela marca hoje no Brasil. O canal VEÍCULOS & VELOCIDADE testou o modelo e apresenta a avaliação em um vídeo, que já está disponível no link abaixo.
Por fora, as linhas do 500 continuam clássicas mas foram renovadas na geração atual. A dianteira tem faróis com iluminação de rodagem diurna e bloco principal em led. Abaixo, há um outro círculo de led que cumpre função mais estética e alterna entre luz diurna e seta.
Na lateral as rodas 16 polegadas são pintadas em tom grafite e tem tampa central sobre os parafusos. A maçaneta esconde um comando elétrico de abertura das portas, diferente de outros carros com trinco. Na parte superior da tampa do porta-malas está um aerofólio. As lanternas traseiras são em led, mas na parte inferior do pára-choque estão as luzes de ré e também uma luz de neblina incandescente.
O modelo compacto tem porta-malas pequeno, com 185 litros e apenas uma iluminação. Para baixar a tampa, ela se torna pesada no fim do curso e é preciso cuidado para não bater com força.
Interior de couro e tecnológico
Dentro do carro, o destaque é o bom acabamento. Portas tem plásticos de qualidade e o mesmo revestimento claro dos bancos, bastante suave no apoio de braço. Os banco em tom claro têm o script da Fiat costurado. O volante de direção é forrado e tem duas cores. No painel, um aplique branco, o mesmo tom da carroceria, com pequenos filetes cinza.
O cluster é uma tela de sete polegadas de mais alta resolução quando a gente compara com a que está no Fastback e na Toro. Ele alterna visões e pode mostrar o consumo de energia, mapa do GPS embarcado ou ainda fazer configurações do carro.
A mídia é o sistema U Connect da Fiat, de 10,25 polegadas. Ela reúne comando do ar-condicionado, GPS embarcado e permite fazer várias configurações do veículo. Entre elas, a sensibilidade dos assistentes de direção. Entretanto, o volume do rádio não chega em níveis muito altos sem distorcer e a captação do sinal de FM é prejudicada em várias situações próximo de morro, em que carros bem mais baratos conseguem manter a pleno.
Equipamentos e o motor elétrico
O Fiat 500e chega em versão única Icon, com comandos elétricos para vidros e retrovisores, ar-condicionado automático , teto solar fixo e um conjunto de assistências ao condutor. A chave é presencial e o fechamento dos vidros é possível mantendo o botão pressionado por mais alguns segundos.
O motor gera 87 kW, o que equivale a 118 cavalos de potência. O Torque chega a 220 Newton metro. Ele leva nove segundos para ir de zero a 100 km/h e 4,8 segundos para retomar de 60 a 100 km/h. A bateria usa íons de lítio com 42 kWh e a autonomia dita pela fábrica é de 320 km. No entanto, durante o teste, a autonomia do carro não passou dos 300 km.
Ao volante, a suspensão mostra firmeza para fazer curvas em velocidade mais alta e também para superar obstáculos em ruas de paralelepípedo. Apenas no limite ela faz o carro oscilar quando ele roda rápido em ruas esburacadas. O volante de direção é leve e fácil de manobrar. Com dois raios, fica devendo um terceiro apoio para as mãos em direção à parte inferior.
O motor do Fiat 500 permite acelerações vigorosas, próprias para subir aclives ganhando velocidade e fazer ultrapassagens. O modelo tem três modos de condução. No modo normal, ele oferece toda a potência e inicia regenerações quando o motorista pressiona o freio.
O destaque fica por conta do modo Range, que ativa a função “um pedal” e obriga o motorista a reaprender a conduzir. Deixa-se de soltar o acelerador para pisar no freio, no momento das reduções. Basta aliviar a carga do acelerador para a regeneração já iniciar e provocar uma frenagem. Assim, não vai ser preciso utilizar o pedal do freio, salvo em raros momentos no trânsito. O modo Sherpa limita a potência do carro e desliga o ar-condicionado para a máxima eficiência e o menor consumo possível de bateria.
Assistências: pacote completo
Dentro da cidade, há controle de cruzeiro adaptativo. O condutor pode acionar o sistema partir de 30 km/h e o carro passa a manter a velocidade e a distância pré-definida à frente. Quando os outros carros iniciam uma redução, o 500 faz isso sozinho e pode até parar, caso o trânsito pare também. O problema é que mesmo programando a menor distância, o 500 acaba deixando muito espaço à frente, suficiente para que um terceiro carro entre entre o seu e o que está rodando na mesma pista.
Outra assistência útil dentro da cidade é o monitor de ponto cego, que acende um triângulo no espelho retrovisor exatamente no momento em que o veículo que vem sai do campo de visão. Em rodovia, essas assistências também são utilizadas e ainda há função do sistema de manutenção do carro em faixa. No 500e, o diferencial é que basta uma correção realizada pelo veículo para aquele identifique o motorista sem as mãos no volante e emita alertas. Ele não é permissivo como outros carros já avaliados e não deixa o motorista dirigir sem as mãos.
Ainda tem comutação automática para farol alto, sensor de chuva e de luminosidade e frenagem automática de emergência. Nessa condição, o carro consegue dar uma carga maior nos freios e emite um alerta visual e sonoro ao motorista. O 500 também tem Park Assist, para auxiliar em manobras de estacionamento.
Depois de rodar, a recarga
Para carregar, um cabo de seis metros que acompanha o veículo. Ele permite carregamento em tomadas domésticas mesmo sem aterramento. Em wallbox, a carga completa é obtida rapidamente, o que até surpreende quando a gente compara com outros veículos, que demoram mais para recarregar.
Por óbvio, é um carro pequeno e com apenas duas portas. Com isso, o espaço no banco traseiro é limitado para pessoas de baixa estatura ou crianças. É o típico veículo urbano para uma pessoa ou um casal fazerem uso dentro da cidade.
O que pesa ainda é o preço, de R$ 219.000. Hoje, este valor é aos concorrentes de marcas chinesas, que oferecem tantos equipamentos e assistências quanto o 500e e custam bem mais barato.
Redação e fotos: Guilherme Rockett