Marca é a generalista que mais oferece modelos elétricos
Eles não são comuns na rua mas podem ser comprados. Quatro modelos elétricos estão no portifólio da Renault, à venda no Brasil. É a uma das marcas que mais oferece carros elétricos no país, pelo menos até o mês de maio de 2023.
O primeiro que aparece é o Twizi, considerado um quadriciclo. Ele tem 17 cavalos de potência e autonomia para rodar 100km em ciclo urbano. Outro modelo é Zoe, um hatch com porte pouco maior que um Sandero. Modelo de linhas fluidas bem interessantes. O Zoe tem potência de 88 cavalos e consegue rodar até 210 km com uma carga completa na bateria.
Quem precisa de um veículo para entregas urbanas, encontra no Kangoo ZE uma alternativa. A minivan ressuscitada chega com motor elétrico e uma vocação essencialmente urbana. Gera 60 cavalos de potência e tem autonomia para rodar 170km. O veículo se mostra interessante para quem trabalha com entregas ou transporte de volumes em uma mesma região da cidade.
O Kwid e-Tech
O grande destaque ainda é a versão eletrificada do subcompacto Kwid. O canal Veículos & Velocidade ficou três dias com o modelo e rodou quase 300km em percursos urbanos, com deslocamentos dentro de Porto Alegre e entre Porto Alegre e Canoas, cidade vizinha.
Veja o teste no link: https://youtu.be/s1LDmf9k4ak
Ao dar a partida, o Kwid e-Tech tem uma chave padrão, canivete, com lâmina. Ele exige que o motorista coloque o pé no freio e gire a chave na coluna da direção, tal como qualquer outro carro. No entanto, uma solução não tão comum em modelos elétricos, mas que barateia o custo. No lugar da alavanca de mudanças está um seletor giratório que alterna entre ré, neutro e drive. Ou seja, você escolhe apenas entre andar para frente, para trás ou ficar parado. Bem lógico, né?
No primeiro momento, a falta do motor à combustão permite que ruídos da rolagem e frenagem do carro fiquem audíveis. Isso transmite uma impressão de simplicidade na construção. O motor 1.0 das outras versões gera ruído e abafa esses barulhos.
A grande diferença vem nas acelerações de zero a 50km/h. E quando o motor elétrico consegue o melhor desempenho, já que entrega todo o torque a partir da inércia. Afundando o pé no acelerador, o carro chega a cantar pneu. Isso torna o Kwid um carro muito ágil no trânsito, capaz de ultrapassar e chegar às velocidades limites das vias bem antes do que carros convencionais. É gostoso de dirigir e empolga!
A vida a bordo nos lembra constantemente que estamos dentro de um modelo de baixo custo. Há plásticos nas portas e painel. Os bancos, pelo menos, usam couro sintético e tecido.
O elétrico ganha volante de quatro raios, acionamento automático dos vidros traseiros – nos outros eles são por manivela – e uma lanterna de neblina na parte inferior do para-choque traseiro. O painel de instrumentos também tem tela central com mais resolução, para poder comportar as indicações de autonomia e funções pertinentes de um carro elétrico. Entre elas, o percentual da bateria, a autonomia em quilômetros e ainda a função, se o carro está, por exemplo, gastando energia ou regenerando com o sistema de freios.
Ainda que o motorista dê a partida com 100% da carga na bateria, esse percentual não se mantém por muito tempo. Nos primeiros dez quilômetros ele já aponta redução. Dependendo de quanto o dono roda, pode exigir recarga a cada dois ou três dias. Sem um equipamento ou tomada em casa, contamos com os carregadores elétricos instalados em um shopping center da zona sul de Porto Alegre. Nas três vezes em que o veículo foi recarregado, uma a cada dia, sempre havia disponibilidade de tomadas.
Quando o Kwid retomava os 100% de carga, conseguimos médias de autonomia que variavam entre 240km e 260km. O suficiente para percursos urbanos. Se o carro for usado mais em rodovia, essa média cai porque o consumo de eletricidade é maior para manter velocidades mais altas.
Recarregando…
O carro vem acompanhado de um carregador no porta malas que pode ser ligado em tomadas com aterramento sejam elas 110V ou 220V. Nessas condições, uma carga completa pode levar mais de 12 horas. O ideal é fazer as recargas em carregadores do tipo wallbox, em que conseguimos carregar dos 50% aos 100% em menos de duas horas de carga. “Abastecemos” o carro por três vezes e gastamos apenas o valor de R$15 do estacionamento do shopping.

No fim das contas, chegamos a conclusão que muita gente pode não estar interessada em ter um Renault Kwid por R$ 150 mil (preço em maio/2023). No entanto, a tranquilidade de dirigir sem peso na consciência pelo gasto de combustível acaba com qualquer incômodo que a simplicidade do carro transmite. Principalmente em relação a modelos a combustão que custam o mesmo preço. Quem está interessado em um Chevrolet Tracker ou um Hyundai Creta para rodar apenas dentro da cidade vai encontrar no Kwid elétrico um companheiro que é muito mais amigável ao bolso.