Por que não descartar o 208 1.6 16V

A chegada do novo Peugeot 208, com a frente renovada, tirou de linha o motor 1.6 16 válvulas que acompanhava o compacto. Problemático quando surgiu, ele se tornou uma excelente para quem quer melhor desempenho, combinado com uma estrutura tradicional. A partir de agora, será opção com custo-benefício no mercado de usados.

Conhecido pela sigla EC5, o motor 1.6 16 válvulas estreou no Brasil com o lançamento do 206 em 1999. Ficava em um cofre apertado exigia paciência dos mecânicos para manutenção e assistência. Acabou que ninguém gostava muito de trabalhar com ele. Com a desvalorização de muitos carros franceses, acabou recebendo o tratamento em mãos não tão experientes. Logo a fama pegou. Mesmo assim, esse motor 1.6 foi bastante usado na Peugeot e também equipou vários carros da linha Citroën. Quando a atual geração do 208 foi lançada, foi ele o escolhido para equipar o modelo. Nem mesmo o 1.2 turbo permaneceu.

Maduro e com melhor disposição dentro do cofre do motor, ele hoje é um conjunto com relativa facilidade de peças e também com mais profissionais conhecedores da construção desse propulsor. O que é uma vantagem para quem busca um veículo equipado com o EC5.

É o caso do Peugeot 208. Até o ano-modelo 2024, versões como a Allure e a Roadtrip ainda estavam equipadas com esse motor. A partir de agora, elas podem ser ótimas opções no mercado de usados. É da versão Active o Peugeot 208 1.6 16V avaliado no Canal da Eu Dirijo no YouTube.

Com o lançamento do 208 atual, apenas dois motores são oferecidos: o 1.0 aspirado Firefly, comum à linha Fiat e Citroën, e o 1.0 turbo GSE, que equipa modelos como o Pulse, o Fastback e agora a versão topo de gama do Citroën C3, o You!

A opção do 1.6 deixou de ser oferecida, e os carros equipados com esse motor podem ter uma depreciação um pouco maior a partir de agora. E é por isso que eles se tornarão a melhor opção de custo-benefício para quem procura um 208.

O 208 1.6 16 válvulas gera 115 cv e 15,4 kgfm quando abastecido com gasolina. É mais potência e torque em comparação com a versão Style, equipada com o motor 1.0, que gera 71 cv e 10 kgfm de torque com o mesmo combustível. Só isso já garante acelerações e retomadas com muito mais fôlego. O desempenho do carro é completamente diferente. Ele ganha mais corpo e mais consistência quando o motorista pisa no acelerador.

Outro aspecto importante é que boa parte das versões com motor 1.6 16 válvulas estão equipadas com câmbio automático. Há bastante tempo, já não é mais a problemática caixa AL4, que esteve em carros do antigo grupo PSA, Peugeot e Citroën. O câmbio que está no 208 atual é produzido pela Aisin e tem seis marchas. É uma caixa consolidada que faz trocas muito suaves, praticamente sem que o motorista perceba. Ela ainda possui o trilho em curva, com posições mais definidas para cada comando do carro, seja drive ou ré, por exemplo. Só isso já é uma grande vantagem em relação ao 208 Firefly, que é equipado apenas com câmbio manual de cinco marchas.

Equipado com essa caixa automática, o Peugeot 208 1.6 também tem controle de cruzeiro e limitador de velocidade. Os dois comandos são acionados através de uma peça na coluna de direção, sob a alavanca de seta. Depois que você se acostuma com os comandos, fica fácil de usar. E para quem faz uso do carro em trechos rodoviários, há uma grande vantagem em dirigir sem precisar do pé no acelerador.

Portanto, se você está procurando por um Peugeot 208, vale muito a pena levar em consideração as versões equipadas com o motor 1.6 16 válvulas, especialmente se equipadas com câmbio automático. Elas serão opções com melhor custo-benefício para quem precisa de mais desempenho e o conforto do câmbio automático.

 

Reportagem e fotos: Guilherme Rockett