A picape Mitsubishi L200 tem uma versão de entrada que é pouco falada, mas tem boa oferta no mercado de usados e pode até ser comprada zero km na concessionária. A L200 Triton GL oferece o essencial para o trabalho: motor a diesel, tração 4×4 com reduzida, pacote básico de equipamentos e muita capacidade no fora de estrada.
Veja o review da L200 Triton GL 2023 no nosso canal do YouTube:
No exterior a versão GL já recebeu aperfeiçoamentos em relação a quando foi lançada, na atual geração em 2017. A partir de agora os para-choques são pintados assim como as molduras nas caixas de roda. Por exigência de lei, ela também ganhou o sistema de luz de condução diurna. O bloco circular fica no espaço onde antes as versões topo tinham alojados os faróis de neblina. Na picape que a plataforma Eu Dirijo teve a oportunidade de experimentar, as molduras do DRL já haviam ficado pelo caminho.
Na lateral as rodas de ferro são aro 16 polegadas. Elas denunciam a versão mais básica. Porém, se o proprietário quiser pintar em preto ou então cinza escuro, como as viaturas da polícia civil do RS, a aparência melhora um pouco. Espelhos retrovisores e maçanetas não tem pintura.
Na traseira, para-choque em ferro e tampa com o break light instalado acima do logotipo da Mitsubishi. Essa solução faz com que a luz elevada de freio seja vista, mesmo quando a picape estiver completamente carregada. Por isso a luz não está sobre o vidro traseiro na capota. Nas outras picapes, ela perde função quando se aplicam cargas até a altura do teto.
Interior
A sobreposição de materiais plásticos presentes nas portas e no painel da L200 Triton GL mostra um conjunto simples mas que, visto de longe, não mostra simplicidade. A aparência é de um material de qualidade com bons encaixes e, pelo menos visualmente, agradável ao toque. Há vidros elétricos nas quatro portas, travas elétricas e ar condicionado.
O painel de instrumentos tem cluster com conta-giros e velocímetro analógicos. Ao centro, a tela central reúne informações dos marcadores de combustível, temperatura do motor e um pequeno algarismo para o computador de bordo. A medição das médias de consumo fica em litros a cada cem km, o que não é o padrão mais usual no Brasil.
Não há sistema de mídia e o rádio presente na picape avaliada foi colocado como acessório. Destaque no interior fica por conta do câmbio manual de seis marchas.
4×4
O seletor giratório do sistema de tração foi adotado a partir desta geração da Mitsubishi L200. As versões mais completas, como a HPE, possuem quatro posições no seletor, porque a tração é a chamada de Super Select II. Ela possui diferencial central para equilibrar o giro das rodas. Assim, permite que a picape ande com o sistema 4×4 acionado em pisos de alta aderência, como asfalto molhado, por exemplo. Não é o caso da versão GL e também da versão Savana, que experimentamos em outro vídeo. Essas duas L200 possuem o sistema Easy Select, com três posições no sistema 4×4.
Ela anda em 4×2 com tração traseira, 4×4 com tração nos dois eixos e também com a função reduzida. esse caso, o sistema não permite que a tração seja acionada em asfalto molhado ou piso de alta aderência porque não há correção na rotação das rodas.
O review em vídeo da L200 Triton Savana está aqui no nosso canal no YouTube.
Motor
O MIVEC DI-D 2.4 turbo tem quatro cilindros e 16 válvulas. A injeção de combustível é direta e a potência chega a 190 cavalos. O torque tem 43,9 kgfm. Segundo a ficha técnica, a velocidade máxima é de 190 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h fica em 10,2 segundos. O consumo urbano fica em 10,5 km/L por litro de óleo diesel e o rodoviário em 12,5 km/L.
Esse motor é produzido na fábrica da HPE em catalão, no Estado de Goiás, onde a L200 é fabricada no Brasil. O propulsor é todo construído em alumínio e tem se mostrado extremamente resistente. É capaz de rodar por muitos quilômetros sem apresentar problema. Uma das únicas ressalvas fica por conta da exaustão de gases no sistema EGR, apresentada pela equipe da mecânica Promec em Porto Alegre. Uma possível solução seria a retirada da válvula, mas é importante consultar sempre o profissional de mecânica.
Ao volante
Dirigir uma L200 com câmbio manual é uma experiência diferente de quase todos os carros atuais. A direção hidráulica não é pesada mas a gente sempre lembra que está o volante de um carro forte e alto. A ideia da picape “casca grossa” está sempre presente. O manuseio das marchas e do conjunto de embreagem não é difícil mas também é bem longe do conjunto certeiro e leve que a gente encontra na VW Amarok.
Ainda assim, quem aprecia a condução de um veículo mais raiz, vai se sentir muito à vontade nessa L200. Com uma carroceria de proporções mais estreitas, ela não passa tantos apertos assim dentro da cidade. Vai fazer falta o sensor de estacionamento traseiro mas que é facilmente colocado como acessório.
No fora de estrada, é onde a valentia da L200 se mostra a pleno. A suspensão tem capacidade para filtrar imperfeições e aguentar desaforos por muito tempo. E o sistema de 4×4 da picape também reage e mantém a aderência nas rodas, andando em piso de baixa aderência. A tração reduzida vai estar disponível para situações mais fortes e, por ser tratar de uma Mitsubishi não vai deixar o motorista na mão.
Os bancos em tecido são simples mas mantém o projeto criado pela fábrica para sempre colocar o motorista para o centro. Assim como não há luxo, não se pode dizer que há desconforto dentro da proposta. Atrás, encosto mais reto e espaço reduzido, no padrão do que se encontra na categoria das picapes médias construídas sobre chassi.
Capacidade
A caçamba tem 1050 kg de carga útil e o volume pode chegar a 1046 litros. São capacidades na média do que é oferecido por outras picapes. A diferença da Mitsubishi está na baixa manutenção e grande resistência da picape. É uma alternativa para quem quer uma picape japonesa, com custo mais acessível em relação a uma Toyota Hilux, mas com durabilidade equivalente. Na versão GL, ainda com bastante opção nas revendas de seminovos das locadoras.
Reportagem: Guilherme Rockett