Via de regra, o padrão dos carros elétricos hoje é oferecer um pacote completo de equipamentos, assistências ao condutor e muita força já na primeira pisada. O Renault Megane e-Tech tem tudo isso e algo que outros elétricos não tem: imersão no DNA de uma marca tradicional. O Megane é hoje o carro mais luxuoso e sofisticado à venda pela Renault no Brasil. Foi o primeiro no Brasil a trazer o novo logo em 2D na frente. O desenho do para-choque é imponente. Apenas a grade inferior tem abertura. Os faróis em led tem filete logo abaixo para DRL e luz de seta. Não há faróis de neblina mas há uma opção de ajuste no facho para a luz de clima. Veja o review em vídeo no nosso canal: A lateral destaca as rodas de 18 polegadas com pneus altos e próprios para encarar ruas e estradas brasileiras. Vemos aqui um carro com silhueta baixa e 1,52 m de altura. Segundo a Renault, as baterias que ficam no assoalho, são mais baixas e permitem que o carro em si fique mais baixo. Ainda assim, a tropicalização elevou a altura da suspensão em 2 cm no nosso país. Mesmo com apliques em preto, falamos aqui de um hatch médio na sua melhor essência. São 2,68 m de entre-eixos e comprimento total de 4,20 m na nova plataforma modular CMF-EV, criada especificamente para carros elétricos. O destaque na traseira fica por conta das lanternas, que avançam de uma ponta a outra do carro, e o vidro estreito. No alto e ao centro, uma câmera faz as vezes de retrovisor interno, em que o espelho se transforma em uma tela com muito mais clareza e ângulo de abertura na imagem. O conjunto de telas, aliás, é o que mais marca e envolve o interior do Megane e-Tech. O painel de instrumentos e a mídia estão voltados para o motorista e envoltos por saídas de ar verticais e inclinadas. Um conjunto que lembra carros franceses dos anos 1970. Mais: a alavanca de câmbio também está na coluna de direção. O que libera espaço entre os bancos no console central. Com isso, à direita da coluna de direção, ficam três hastes. Além do câmbio, há alavanca dos limpadores e o comando satélite de interação com a mídia, tradicional nos Renault. Você até erra no início, ligando limpador ao invés de engatar a ré. Mas logo acostuma e percebe o benefício do espaço entre os bancos. O revestimento interno é em tecido, tanto na parte superior do painel frontal quanto nos próprios bancos. Um tecido quadriculado que também remete aos carros franceces mais antigos. E é esse conjunto que faz o motorista se sentir em um carro com DNA Renault e não um modelo qualquer sem alma e origem. Bancos apoiam bem os ocupantes tanto na parte da frente quanto atrás. Porém, lá, a posição das pernas pode incomodar um pouco. Há há túnel central, assim como também não há um rebaixo no assoalho do carro, como nos modelos tradicionais a combustão. Então os joelhos ficam acima da linha de cintura, o que pode incomodar em viagens. Motor e recarga O motor elétrico tem 220 cavalos de potência e 30,6 kgfm de torque. Isso permite acelerações instantâneas em qualquer situação. Apenas no modo eco elas ficam mais lentas, propositalmente. Porém, a partir do modo conforto, já é possível colar no encosto a cada pisada. Esse conjunto proporciona uma condução bastante agradável quando se roda em trânsito urbano e mais é prazerosa nas rodovias. A autonomia pode chegar a 495 km na cidade e 463 km na estrada segundo dados da marca. Com carga total, nosso teste apontou autonomia próxima dos 400 km, pela informação do painel do carro. A bateria de 60 kWh tem 12 módulos e pode ser recarregada em casa, com tomadas comuns. Mas para isso, você precisará comprar um cabo extra. O que vem no veículo só permite ligá-lo nos carregadores de parede. E aí, o Megane pode ser recarregado tanto nos mais lentos quanto nos rápidos e o tempo de recarga vai variar conforme cada um deles. Nosso teste, em um shopping da zona sul de Porto Alegre, mostrou que eram necessários cerca de 40 minutos para aumentar dos 70% para 100%. Assistências O conjunto de assistências ao motorista é bastante completo no Megane e-Tech. Começa pelo conforto da chave-cartão presencial. Logo ao se aproximar do carro, as portas se destravam e as maçanetas saltam para fora, para permitir o acesso. O Megane possui alerta de ponto cego nos retrovisores externos e controle de cruzeiro adaptativo. Com ele, é possível rodar na cidade – inclusive em baixas velocidades como 30 km/h – com programação da velocidade máxima da via e a distância para outros carros. Em trecho urbano, é possível ajustar para a distância menor, que já será suficiente para a segurança. E assim, o Megane vai manter a velocidade conforme o carro à frente. E vai ir até a parada total, caso o semáforo feche e os outros carros parem. Depois, se o fluxo voltar a andar em menos de 30 segundos, o Megane acelera e volta a andar sozinho. Se passar desse tempo, basta um toque no acelerador para retomar a programação. A única ressalva para situações em que você está em uma pista do meio da via. O ângulo de leitura do radar é mais aberto e pode entender carros que estão na diagonal como se estivessem à frente, fazendo com que você acabe não passando deles, ainda que a sua faixa esteja livre. Em rodovia, tentamos experimentar o assistente de frenagem e o alerta de colisão frontal. Mesmo com uma aceleração forte contra um caminhão, os sistemas não funcionaram e, por segurança, decidimos não repetir o teste. Outro assistente aparece no painel: o Megane monitora em segundos a distância para o carro à frente e muda de cor conforme a aproximação. O painel, aliás, permite visualização completa ou mais minimalista e muda