Picapes e SUV’s a diesel desvalorizaram mais do que as versões dos mesmos carros com motorização flex. A pesquisa foi realizada pela empresa Mobiauto, um dos três maiores marketplaces de carros usados do Brasil. O levantamento foi feito na própria base de dados da Mobiauto.

Sete modelos foram enquadrados no critério da pesquisa: Chevrolet S10 Cabine Dupla, Fiat Toro, Jeep Compass e Renegade, Land Rover Discovery Sport, Toyota SW4 e Hilux Cabine Dupla. Já as versões escolhidas foram definidas a partir da apuração das mais ofertadas versus as mais acessadas na plataforma.

“Não são versões equivalentes. Algumas delas são topo de linha, outras são intermediárias. O que nós queríamos era apurar os veículos com maior volume de negócios e maior representatividade comercial no segmento de seminovos, tanto flex como as movidas a diesel”, esclarece o economista Sant Clair de Castro Jr, que é consultor automotivo. Os preços capturados para o levantamento revelam a variação percentual entre agosto de 2022 e agosto de 2023.
A diferença nos índices de depreciação foi significativa: os modelos flex perderam 6,16% das cotações de um ano atrás. Já os movidos a diesel perderam 13,63%, mais que o dobro do percentual. Mas houve casos gritantes, como os dois modelos da Toyota, que apontaram diferenças de 12 pontos percentuais. Veja a tabela completa.
Uma das explicações apontadas pela Mobiauto está no preço do diesel que disparou e está mais caro que a gasolina. O comprador que mora em grandes cidades e comprava diesel por questões de autonomia e custo-benefício, perdeu o interesse. Muitos modelos com esse tipo de combustível estão parados nas concessionárias e revendas.

Os modelos a diesel ainda são valorizados no interior do país, onde ainda há a visão de que só eles conseguem mais durabilidade e autonomia necessária para rodar por certas regiões.

Em percentuais absolutos de variações, o campeão de toda a pesquisa, que menos desvalorizou, foi o Toyota SW4 2.7 flex. Ele perdeu menos de 1% de um ano pra cá. No entanto, essa versão flex não é mais produzida. Na outra ponta da tabela, o mau resultado da família Jeep encontra explicação na valorização intensa desses modelos durante a pandemia e a oferta abundante, agora, no mercado de seminovos. A queda nos preços é uma acomodação de mercado, conforme o levantamento da Mobiauto.
