O modo de agir é o mesmo: o carro está abastecendo no posto, o frentista se oferece para verificar água e óleo. O motorista abre o capô e o suposto problema começa.
Foi o que aconteceu com a jornalista e editora do SBT de Porto Alegre Mônica Rossi. Ela se preparava para uma viagem de 300km quando parou para abastecer em um posto de combustíveis na avenida Getúlio Vargas, bairro Menino Deus, na capital gaúcha.
Enquanto o Toyota Etios era abastecido, o frentista se ofereceu para a tal “revisão” de água e óleo, ainda que o pedido da motorista fosse apenas para encher o reservatório do lavador do parabrisa.

“Quando eu vi, estavam três na volta do motor do carro olhando”, afirma a jornalista. Até aí, o frentista já se dizia apavorado e alertando que a situação era perigosa, que a motorista poderia ficar na estrada por causa da água do radiador.
Nesse instante, ele abre a tampa do reservatório do radiador enquanto o motor ainda estava quente. Com a perda de pressão, o líquido entra em ebulução e vem para fora, sujando o motor e o cofre. Para um leigo, isso pode parecer um grande problema. Mas nada mais é do que a reação normal do carro quando se abre a tampa.
No posto, Mônica já desconfiou da situação mas ainda assim, os frentistas continuaram insistindo que havia um problema e que ela deveria comprar um líquido aditivo de radiador. A jornalista recusou e foi embora. Depois indagou um amigo sobre o ocorrido. O Etios em questão tem baixa quilometragem e recentemente havia sido revisado por profissionais.
“Era um posto de confiança, eu sempre abastecia ali”, afirma Mônica.
Além de Porto Alegre, o mesmo no Rio de Janeiro
Em viagem de férias, o editor da plataforma EU DIRIJO Guilherme Rockett seguiu de Porto Alegre até o Rio de Janeiro em um HB20 alugado. No segundo dia, foi abastecer em um posto na Barra da Tijuca. O frentsta se ofereceu para revisar “água e óleo”, mas apenas foi orientado a repor a água do lavador de parabrisa, que havia acabado na viagem.
“Você tem que dar uma olhada aqui, isso não está bem”, argumentou, apontando para o reservatório do radiador. “Mas aí é o líquido de arrefecimento, não é pra mexer aí”, respondeu o editor. Ainda assim, o frentista insistiu: “mas o senhor precisa ver isso, não pode ficar assim”. A água estava no nível correto e para dar um basta na conversa, o editor apontou para a marcação e ressaltou: “esse carro veio de Porto Alegre até aqui. Não há nada de errado com ele”.

Lugares diferentes, mas o mesmo modo
Assustar motoristas que não conhecem o funcionamento do carro é a tática dos frentistas e das empresas sem respeito com o consumidor. Com isso, clientes pagam por frascos de produtos desnecessários e ainda podem ter avarias posteriores. O falso problema cresce aos olhos do dono do carro quando o reservatório é aberto com o motor quente e a água jorra pelo cofre do motor.
Importante ressaltar que não é na maioria dos postos em que a tática de tentar enganar o consumidor acontece. No entanto, quando o cliente chega para abastecer é difícil saber se o estabelecimento é sério. Por isso, a recomentação é: nunca abra o capô. Nem permita que o frentista abra o reservatório do radiador.
Além disso, é importante conhecer o veículo que você dirije. Tenha um mecânico de confiança e peça para que ele mostre onde fica a o fluído do radiador, onde está o reservatório do lavador de parabrisa e o que não deve ser mexido nessas situações. Se puder, coloque água no lavador ainda em casa e deixe para o mecânico a execução da troca ou manutenção do fluído de arrefecimento.