A nova versão Blackhawk deu exclusividade, muita força e mais tecnologia para o Jeep Commander. Ela chega para ocupar o topo da gama do modelo de sete lugares da marca.
Num primeiro olhar, as peças plásticas pintadas na cor do carro até podem lembrar a versão Overland. Mas basta se aproximar para perceber os apliques em bronze escurecido na grade e no para-choque. São detalhes exclusivos da versão Blackhawk. Junto com eles, os faróis, luz diurna e faróis de neblina totalmente em led seguem presentes.
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Na lateral, destaque para as rodas em preto fosco aro 19. Atrás delas, pinças de freio pintadas em vermelho. E isso acontece também no eixo traseiro, que também tem freio a disco. Os dianteiros, por sua vez, são maiores que nas versões 1.3.
A traseira ganha destaque com a régua em bronze e a dupla saída de escapamento. A tampa do porta-malas abre de forma automática, seja pelo botão na chave ou pelo sensor de pé. O compartimento é modular. Com os sete lugares em posição, são 233 litros. Com cinco lugares, aumenta para 661 litros. Já quando se rebatem todos os bancos, o compartimento aumenta para 1760 litros até o teto.
Interior
Portas dianteiras mantém o revestimento emborrachado e couro macio. Bancos mesclam o couro costurado com camurça. E agora os dois assentos dianteiros tem regulagem elétrica, com memória para o motorista. No painel, o aplique camurça vai de um lado a outro do carro. Toda a ambientação é escura. O teto, porém, ganha claridade com o teto solar panorâmico, que se abre para trás. E esse é equipamento de série na versão Blackhawk.
O painel de instrumentos segue a tela de dez polegadas padrão do Commander. Nesta vesão topo, ganhou mais uma página. Além dos mostradores analógicos simulados, ela tem gráficos para pressão do turbo e percentual de potência. Interessante para acompanhar o desempenho. Mas com pouco contraste, é difícil de ler no uso diário.
Fora isso, todas as funções do computador de bordo completo seguem presentes. o que falta é uma resolução um pouco mais próxima da que há na mídia u-Connect. Ali estão comandos do ar condicionado, mapa embarcado e a página off-road, exclusiva dos modelos 4×4. Pela mídia, é possível fazer as configurações das assistências do carro. Seja para ligar, desligar ou mudar a intensidade da intervenção.
Assistências
É que o Commander 2025 ganhou ADAS nível dois. O sistema reúne a função de todos os equipamentos e permite que o carro possa até mesmo fazer curvas. Porém, não é uma condução autônoma. Por isso, o volante ganhou um capacitor que entende quando os dedos não estão apoiados. E aí, o painel passa a emitir alertas para que o motorista ponha as mãos na direção.
O “ADAS” integra o controle de cruzeiro adaptativo com o sistema de correção de evasão de faixa e a centralização. Com essas três funções combinadas, ele praticamente faz todo o serviço sozinho. Centraliza na pista, acompanha curvas e mantém velocidade e distância dos carros à frente. Porém, não é capaz de fazer curvas fechadas ou em alta velocidade sem o motorista. Mas já é uma grande evolução em relação ao anterior.
Esse assistente é acionado por um botão novo com o desenho de uma direção, posicionado no volante, ao lado direito. Se o motorista não quiser usar a combinação dos sistemas, que a Jeep chama de “Driver Assist”, é possível usar apenas o controle de cruzeiro adaptativo ou apenas a correção de evasão. E na intensidade que o motorista quiser.
Conforto
Com todos os assistentes, o motorista viaja tranquilo. E pode curtir o som Harman Kardon de excelente qualidade mesmo em volumes altos. São 9 autofalantes, subwoofer e 450 Watts de potência. O condutor também se posiciona mais alto no trânsito, como todo o SUV grande.
Os passageiros de trás têm conforto e bastante espaço quando são apenas eles no carro. É possível reclinar encostos e recuar assentos para aumentar a área dos pés. Na terceira fileira, não existe milagre. O espaço é apertado e joelhos ficam bem para cima. É possível usar o espaço por quem tem menor estatura e facilidade para entrar.
Motor
A versão Blackhawk só é vendida com o motor 2.0 turbo Hurricane. Ele gera 272 cv de potência e 40,8 kgfm, de torque. Atual, tem bloco todo em alumínio, usa injeção direta de combustível e duplo comando variável de válvulas, acionado por corrente. De zero a 100 km/h, a aceleração é em sete segundos. Porém, as novas regras de emissão obrigaram a marca a adotar uma calibragem que deixa um delay maior no acelerador em relação ao que o motor oferece.
Na cidade, com muitas aceleradas para aproveitar toda a força, a média de consumo ficou em 6,5 km/L. Porém, em um uso normal, com pé leve, aumenta para 8,5 km/L. Na estrada, é possível chegar aos 12 km/L. Médias bastante aceitáveis quando se leva em conta o padrão e o tamanho do carro.
Combinado com esse motor, está o câmbio automático ZF de nove marchas reais. É o mesmo das versões diesel. Porém, neste, a gente percebe que a primeira marcha entra em ação nas arrancadas. Nos diesel, ele arranca em segunda e só usa a primeira como 4×4 reduzida.
A tração integral também está presente na versão Blackhawk. Há modo automático, que gerencia o sistema. O escorregadio deixa desligado o controle de estabilidade. Já o lama/areia usa marchas mais reduzidas para elevar o giro do motor e servir como uma caixa reduzida. Ele desliga controles para permitir que o carro patine e saia de situações mais difíceis.
Não dá para entender o Commander Blackhawk como um carro pronto e próprio para enfrentar situações de off-road pesadas. Mas ele tem capacidade para ir mais além do fim do asfalto e chegar sem problema na fazenda ou no sítio.
Perfórmance
Na cidade o Commander mantém velocidades quando mal se toca o pé no acelerador. Vence aclives com muita valentia e chega a dar adrenalina ao pisar fundo nas subidas. Acessos em vias movimentadas também são fáceis porque basta pisar um quarto no curso do acelerador para acompanhar o fluxo.
Quando o motorista vai para a estrada, difícil é se manter dentro dos limites. Sobra motor e potência a 100 km/h. Para fazer ultrapassagens, basta um toque mais forte para a entrega ser imediata. Ele chega a reduzir duas marchas, sobe o giro, faz trocas perto das seis mil rotações e entrega velocidade e agilidade. O motorista chega a esquecer o tamanho do carro.
A suspensão da versão Blackhawk foi recalibrada e está mais firme. Quem já dirigiu as versões 1.3 sentirá um Commander pouca coisa mais duro, porém com muito mais capacidade de fazer curvas. Mérito também da tração integral e da suspensão independente nas quatro rodas. Ou seja, quem dirigiu o 1.3 perceberá um carro melhor de conduzir.
Por fim, com consumo próximo da versão 1.3, o 2.0 se mostra uma excelente opção. Dá ao Commander força e agilidade além do que o motorista espera em um SUV familiar desse porte.
Reportagem e fotos: Guilherme Rockett