O Sindicato das concessionárias de veículos do Rio Grande do Sul (Sincodiv-Fenabrave RS) apresentou os números de vendas de veículos no mês de julho, quando começaram a valer os incentivos do governo federal para a compra de carros novos. No seguimento dos autos (carros), foram 8183 emplacamentos, 4,67% a mais do que os 7,8 mil emplacamentos registrados no mês anterior. Em 2023, são 45,9 mil carros emplacados, quando no mesmo período, entre janeiro e julho de 2022, foram 38,7 mil unidades.
As notícias, no entanto, não são tão positivas. Entre os caminhões, foram 523 unidades, quase 12% menos do que no mês anterior. O setor de motos emplacou quase 20% menos unidades em julho, quando comparada com o mês anterior.
O Sincodiv destaca que, na última década, o volume de vendas no Rio Grande do Sul registrou queda de 50%. Esse número alto é resultado de pelo menos fatores. Um deles a instabilidade econômica registrada entre 2015 e 2016, que trouxe para baixo o patamar de emplacamentos. Antes desse período, a média anual era de três milhões de veículos. Depois, passou a dois milhões de automóveis e comerciais leves. Basta um olhar mais atento na rua para perceber que a maioria dos carros em circulação são geralmente fabricados até esse período. São mais raros os carros de 2018 em diante.
Depois desse fenômeno, veio a pandemia do novo coronavírus que adiou a decisão de compra dos consumidores. Por fim, no período pós- pandemia, o problema foi o aumento de taxas de juros e a inflação, fatores que afetaram intensamente o mercado automotivo a partir de 2021. Os custos de produção dos veículos cresceram muito e as taxas de juro também. Comprar um carro zero se tornou proibitivo para boa parte da classe média, que já tinha conquistado essa possibilidade anos atrás.
Só o setor de ônibus, apresentou desempenho positivo com aumento de 58,8% em julho, quando comparado com o mês anterior. No entanto, o número de unidades é baixo. Foram 54 ônibus comercializados no mês passado, enquanto que no mês de junho, foram 34 veículos coletivos vendidos.

Os números apresentados pelo Sindicato das concessionárias do Rio Grande do Sul mostram uma linearidade nas vendas de autos e comerciais leves desde o início do ano. O volume de vendas fica entre seis e nove mil unidades por mês. O que aponta para um cenário ainda tímido e que não deve retornar, no curto prazo, para as vendas de uma década atrás.