Stepway 1.0 é opção na porta de entrada da Renault

Mais barato mas com visual bastante interessante

 

O Renault Stepway 1.0 é o novo modelo de entrada da Renault. Agora sem o nome Sandero, resta para essa versão ser opção maior e um pouco mais equipada em relação ao pequeno Kwid. Será que ele vale mais a pena?

Por fora, a dianteira é a parte mais interessante. Não que haja mudanças estéticas em relação ao Stepway que já existia. Segue tudo igual. No entanto, ele não perde cromados e apliques. Os faróis de neblina também estão presentes. O resultado disso é uma aparência de carro mais sofisticado, que nenhum outro modelo de entrada, como o próprio Fiat Argo, oferece na mesma faixa de preço.

Na lateral, o que a gente mais sente é a falta das rodas de liga leve. Mas o conjunto com calotas é perfeitamente aceitável em um modelo mais barato. O 1.0 também é mais baixo que as outras versões do Stepway. Atrás, lanternas com iluminação em led para a luz de posição, que avançam em direção ao centro da tampa. Não há câmera de ré mas os sensores de estacionamento estão presentes.

No porta malas, capacidade para 320L de bagagem e o compartimento ainda tem amenidades, como pequenos ganchos para pendurar sacolas nas laterais. Dentro do carro, ocupantes encontram materiais simples mas em uma construção que agrada. Há aplique de tecido nas portas e o revestimento dos bancos se destaca pela combinação mais jovial.

No painel, um plástico em preto piano faz moldura para saídas de ar e mídia. Os instrumentos tem ponteiros analógicos para o conta-giros e o velocímetro. A tela do cluster tem baixa resolução, números de calculadora e poucas funções. É possível monitorar o consumo do carro, autonomia e distância percorrida. O volante é bonito, semelhante ao do Duster.

 

Mais espaço interno

O sistema Media Evolution da Renault já está ultrapassado em relação a outras centrais e tem poucas funções. A vantagem é que não se paga nada para ter o carro já com a tela. O ar-condicionado também é de série, assim como a direção hidráulica. Uma desvantagem em relação ao pequeno Kwid, que tem direção elétrica, mais macia. Travas elétricas e vidros elétricos compõem o pacote. Mas o acionamento por botão dos vidros fica restrito às portas da frente. As de trás tem vidro manual. Os espelhos tem regulagem interna manual.

Por ser um hatch compacto, o Stepway vai levar vantagem em relação ao modelo menor no espaço do banco traseiro. O carro mais largo acomoda melhor os ocupantes e serve inclusive para viagens. os bancos dianteiros também são mais confortáveis quando a gente compara com o modelo subcompacto. O motorista dispõe de regulagem de altura para o banco e a coluna de direção também pode ser regulada em altura.

Motor 1.0

Na hora de abrir o capô, o Stepway 1.0 tem um amortecedor para segurar a tampa. Algo único entre os modelos da categoria no Brasil. O motor é 1.0SCe, três cilindros, com duplo comando de válvulas variável, tanto na admissão como no escape.

Ele gera 79 cavalos de potência com gasolina e 10,2kgfm de torque. Rodando com o carro, o giro do motor permanece sempre em níveis mais altos, entre duas e três mil rotações. Nessa condição, o carro consegue entregar um pouco mais de fôlego. Mas nada surpreendente.

O problema acontece quando o motorista tem por hábito manter sempre as marcas mais altas quando está em velocidade de cruzeiro. Uma prática bastante comum por quem gosta de economizar gasolina. No entanto, no Stepway 1.0, o condutor precisará reduzir marcha cada vez que for retomar velocidade ou precisar de mais força em um aclive, por exemplo.

Não nega a origem

O Stepway 1.0 não nega a origem quando a gente lembra que ele veio de um modelo pensado para baixo custo e para mercados emergentes. Em piso ruim, ele consegue filtrar um pouco da imperfeição e mostra que a construção do carro vai se manter firme mesmo com uso em condições ruins.

O isolamento acústico também se mostra adequado, não há tanta invasão de barulho externo de outros veículos. Apenas o ruído do motor invade a cabine em situações de aceleração. Aspecto negativo fica por conta do ar-condicionado. Não que ele seja ineficiente. O problema é que em dias de calor, quando o carro ficar parado no trânsito, o sistema de start stop faz com que o compressor desligue. Assim, o calor volta a invadir a cabine e prejudicar o conforto.

Aceita viagens, mas no ritmo dele

Em rodovia, o motor 1.0 mostra que não foi pensado para acelerações rápidas e imediatas. Ultrapassagens exigem planejamento e o motorista precisa ter sempre em mente que o carro não vai responder de maneira instantânea. O motor gira mais alto também na estrada. A cem quilômetros por hora, em quinta marcha, o carro roda a 3,3 mil rpm. Na estrada, as médias de consumo chegaram a 13,5km/L.

O Sandero já teve uma nova geração apresentada fora do país e há algum tempo se especula sobre o fim de sua produção no Brasil. O próprio nome “Sandero“ já foi descontinuado aqui. Restou o Stepway. Até quando ele vai continuar disponível, a gente não sabe. O que a gente pode afirmar é que, racionalmente, a versão 1.0 se tornou bastante interessante pelo preço que custa e pelo que oferece.