O novo desenho deu ar mais sofisticado ao volkswagen Virtus e deixou o sedã diferenciado em relação ao hatch Polo. O modelo ainda é único na categoria que oferece já na versão intermediária o controle de cruzeiro adaptativo e os sistemas do Front Assist, que podem fazer frenagens ao detectar situações de colisão.
A plataforma Eu Dirijo recebeu o Volkswagen Virtus na versão intermediária Comfortline para o teste. Em uma semana, foi possível analisar o comportamento do modelo em várias situações. Veja o vídeo no canal Veículos & Velocidade.
Mas antes de falar sobre isso, é importante destacar as mudanças no visual. Na frente, todas as versões tem faróis principais em led. Enquanto que as configurações de entrada, chamadas apenas “TSI” tem desenho de pára-choque mais simples e até mesmo mais pratico, é a partir da Comfortline que o desenho na frente muda.
O aplique inferior passa a ser em preto brilhante com frisos cromados e ele recebe faróis de neblina, semelhantes ao do Volkswagen Nivus. Nas laterais, as rodas de liga-leve são aro 16, menores que as versões Highline e Exclusive. No entanto, o pneu tem mais altura lateral e isso é bom para quem enfrenta estradas mais esburacadas.
A lateral mostra um sedã encorpado com mais porte em relação aos concorrentes. Frisos e linhas retas reforçam essa imagem. Na traseira, lanternas em led avançam para o centro da tampa. O porta-malas tem 521 litros, todo forrado com carpete mas sem ganchos para pendurar sacolas. Uma discreta luz apenas está na parte superior.
Interior sofisticado, mídia e painel digital
O cluster, painel de instrumentos, digital é de série em todas as versões. Mas só a partir da Highline vem o Active Info Display. O Comfortline adota uma tela menor, também configurável e cheia de informações. É possível alternar entre visor de velocímetro, conta-giros e definir quais informações de computador de bordo estarão mostradas.
A mídia VW Play é um opcional de R$ 1,5 mil no Virtus Comfortline que vale a pena. Se não a melhor, está entre as melhores centrais multimídia do mercado. Com fundo preto, fica em harmonia com o interior do carro. Oferece telas de áudio, contagem de consumo e ainda uma série de configurações do veículo. Também permite pareamento com celulares e o Virtus ainda tem carregador por indução.
Bancos em couro tem bom apoio lateral e o motorista fica exatamente alinhado com o volante e o centro do cluster. A posição é a mais correta possível para conduzir. Característica do modelo é sentar em nível mais baixo, com mais esportividade, embora o banco tenha regulagem de altura.
Atrás, o espaço para pernas é um verdadeiro latifúndio. A posição do ocupante é a mais correta, com boa movimentação de pés e corpo em posição inclinada, com joelhos apoiados no assento. Isso acontece também pelo molde da peça e os rebaixos no desenho.
Dirigindo
A partida do Virtus Comfortline acontece por botão. Depois, o posicionamento das marchas no pomo da alavanca de câmbio é iluminado, tal como um Audi. Na primeira acelerada, um hiato de dois segundos e em seguida o motor 200 TSI que equipa a versão intermediária já entrega boa parte dos 20,4kgfm de torque que oferece com gasolina. E aí fica por conta do motorista controlar a velocidade.
Veja o segundo review em vídeo neste link:
O motor 200 TSI de 116cv com gasolina chega no Virtus a partir desta versão Comfortline e também está na Highline. As de entrada usam o 170 TSI, mais fraco. A Exclusive, top, recebe o 1.4 turbo 250 TSI. Assim, o VW é o sedan intermediário que mais oferece opções de motor.
Para o motorista, as respostas são fortes tanto na cidade quanto na estrada. O casamento de potência com economia se completa quando percebemos médias urbanas de 12,5km/l na cidade e mais de 17km/l na estrada. E isso num motor que permite tocadas em altas velocidades, acima dos 120km/h, ainda que fora dos limites.
Em ciclo urbano, o carro tem suspensão bem acertada para equilibrar o conforto com o dinamismo. Virar esquinas, mudar de faixa… Basta apontar o volante que o Virtus obedece sem inclinar ou balançar. Característica aliás que sempre acompanha os carros da Volkswagen.
Na estrada, o bom comportamento dinâmico se repetiu tanto na chuva quanto em piso seco. Suspensão, câmbio e o motor trabalham em conjunto para garantir ao sedan uma performance diferenciada em relação aos outros do segmento. O Virtus tem um apelo emocional que empolga e instiga mais o motorista, ainda que ele esteja a bordo de um sedã sem pretenção esportiva.
ACC
Na categoria, é o Virtus talvez o único sedã a oferecer controle de cruzeiro adaptativo já na versão intermediária. Com ele é possível programar uma velocidade limite e a distância mínima em relação ao carro da frente. Depois é tudo por conta do Virtus. Ele mantém essa distância e acompanha a velocidade dos outros carros. Quando a pista fica livre, ele ganha velocidade até o limite estabelecido pelo motorista.
O condutor ainda conta com o Front Assist, que pode auxiliar em frenagem de emergência, pré-condicionando os freios ou até mesmo iniciar uma frenagem no caso do motorista não reagir. Além disso, quando o carro detecta uma proximidade maior com veículo que vai à frente, um ícone aparece no painel.
A conclusão
A busca por um sedã, em geral, ocorre por um gosto mais clássico comparado com um hatch ou por quem precisa de mais espaço. O Virtus é um dos que melhor atende, aliás, neste segundo quesito. Mas vai além. Mantém características de condução da Volkswagen que o deixam mais interessante na hora de dirigir. Além disso, ainda oferece bom consumo de combustível e talvez o melhor sistema de mídia.
Reportagem e fotos: Guilherme Rockett